O Brasil, em sua longa trajetória histórica, já viu muitas formas de dinheiro passarem por suas terras. De meados do século XVI até hoje, o país teve uma variedade considerável de moedas, cada uma refletindo um período e circunstâncias específicas, bem como influências culturais e sociais.
Nos tempos coloniais, a escassez de moedas europeias levou ao surgimento de formas alternativas de transações, como o uso de mercadorias específicas, entre elas o açúcar, como meio de troca. Com o tempo, e a consolidação do domínio português, foram introduzidas moedas oficiais, como o réis português, que permaneceu presente por séculos.
Com a independência do Brasil em 1822, houve a necessidade de simbolizar a nova identidade do país. Assim, o réis brasileiro foi criado. Esta moeda acompanhou o crescimento do Brasil Imperial e a Primeira República, passando por várias reformulações até ser substituída pelo cruzeiro em 1942. O cruzeiro trouxe uma nova perspectiva visual e conceitual ao dinheiro, refletindo modernidades da época.
O século XX foi marcado por inúmeras trocas de moedas, como o cruzeiro novo, o cruzado, o cruzado novo e outras reedições do cruzeiro. As constantes mudanças não foram apenas pragmáticas, mas também testemunhas de transformações nas concepções sobre a identidade nacional e nos hábitos culturais da sociedade.
Finalmente, em 1994, surge o real. Lançado com o objetivo de estabilizar práticas financeiras, acompanhou o ciclo de globalização e modernização do país. O real trouxe consigo um design que homenageia a fauna brasileira, com notas e moedas que apresentam ilustrações das riquezas naturais brasileiras, enquanto também representam aspectos culturais vitais para a identidade nacional.
Dessa forma, as moedas não são apenas ferramentas de troca, mas veículos de expressão de um Brasil diverso, com cada nova versão contando um capítulo da história do país, além de refletirem tradições e mudanças culturais e sociais em cada etapa do seu desenvolvimento.